Título
Hotel Majestic
Localização
Ponto
19
Acervo Museológico Relacionado
Ano de concepção do projeto
Período de Construção
Estilo Arquitetônico
Uso original
Uso atual
Descrição
Em 1910, Theo Wiederspahn incumbe-se de projetar um prédio para o senhor Horácio Carvalho a ser construído num terreno à Rua da Praia, entre as atuais ruas João Manoel e Bento Martins, cortado pela Travessa Araújo Ribeiro. A proposta inicial consistia num edifício com térreo, cinco pavimentos superiores e duas alas, uma de cada lado da travessa, ligadas por passarelas suspensas. A execução da obra é embargada pelo então Presidente do Estado, Borges de Medeiros, que alegava o alto risco estrutural das passarelas. Foi construída, então, apenas a ala oeste do edifício, com quatro pavimentos e 150 quartos. Concluída em 1918, passa a funcionar como pensão de boa categoria e a abrigar, no salão térreo, a Companhia Sulford de Veículos. Em 1923, os irmãos Masgrau arrendam o edifício e inauguram o Majestic Hotel. Bem freqüentado - famílias do interior que traziam os filhos para estudar na capital, casais de bom poder aquisitivo que ali estabeleciam residência, militares e algumas figuras importantes da política e das artes - o Majestic começa a sua fase áurea, tendo como rival apenas o Grande Hotel que absorvia a clientela mais proeminente. Em 1927, por influência do Intendente Municipal Dr. Otávio Rocha, Borges de Medeiros concede licença para a continuação das obras do hotel. Dois anos depois o Majestic estava concluído, com seus 300 quartos, alguns apartamentos especiais para famílias e salão de refeições para 600 pessoas. A nova ala, a leste, é composta de seis pavimentos, produzindo a assimetria característica da volumetria. Destacava-se, à época, de seus vizinhos - casas residenciais e comerciais baixas - não só pelo porte, mas, também, pela originalidade morfológica - passarelas suspensas, sacadas internas, grandes cúpulas superiores - e pela imponência eclética, com adornos altamente decorativos. Sua linguagem, inspirada nos moldes classicistas do século XIX, escondia, entretanto, uma técnica construtiva avançada, transição da arquitetura de paredes autoportantes para a de estrutura independente. O térreo era comercial e os acessos ao hotel davam-se pela Travessa Araújo Ribeiro, bem no centro de cada ala, sob as passarelas centrais. O requintado lobby, de pé-direito alto e marcado por duas grandes colunas revestidas de mármore, tinha, ao fundo, a escada e os elevadores que conectavam, a cada pavimento, um amplo saguão, frontal à passarela central, que servia como espaço de convívio. A disposição das células permitia sua iluminação e ventilação diretas, o que constituía exceção numa época em que os quartos de hotéis eram climatizados, em grande parte, através de poços internos. A partir de julho de 1980, o antigo prédio do Hotel Majestic, adquirido pelo Banrisul, começa sua história como Casa de Cultura Mário Quintana. A sensível e qualificada transformação física do hotel em espaço cultural é de autoria dos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorski. Inaugurada em 1990, tem espaços voltados ao cinema, à música, às artes visuais, à dança, ao teatro, à literatura e a realização de oficinas e eventos ligados a todas as formas de arte.
Referências Visuais
Acervo
Acervo Casa de Cultura Mário Quintana
Fotógrafo
Não Identificado